Porque NÃO investir em Fundos de Investimento


Olá!

Os Fundos de Investimento são uma categoria de aplicação coletiva gerida por um administrador, que recebe anualmente um percentual do valor do patrimônio total pelo serviço prestado. Os fundos são classificados em Fundos de Renda Fixa, Fundos de Ações, Fundos Cambiais e Fundos Multimercado, sendo que estes últimos envolvem mais fatores de risco por permitir a concentração em uma mesma modalidade de ativo financeiro. Existem, ainda, outras espécies, os fundos de investimento estruturados, que possuem regras específicas, como os Fundos Imobiliários, que serão abordados posteriormente em postagem específica.

O regulamento de cada fundo deve informar sobre a cobrança da taxa de administração e a possível existência das taxas de performance (cobrada em alguns fundos de Renda Variável pelo desempenho financeiro), de ingresso e de saída. Além disso, quem investe nestes produtos paga por uma série de despesas, que são os “encargos do fundo”. Segundo a Instrução CVM nº 555/2014, constituem encargos que podem ser cobrados, além das taxas de administração:

  1. Taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas, que recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos e obrigações do fundo;
  2. Despesas com o registro de documentos em cartório, impressão, expedição e publicação de relatórios e informações periódicas;
  3. Despesas com correspondências de interesse do fundo, inclusive comunicações aos cotistas;
  4. Honorários e despesas do auditor independente;
  5. Emolumentos e comissões pagas por operações do fundo;
  6. Honorários de advogado, custas e despesas processuais correlatas, incorridas em razão de defesa dos interesses do fundo, em juízo ou fora dele, inclusive o valor da condenação imputada ao fundo, se for o caso;
  7. Parcela de prejuízos não coberta por apólices de seguro e não decorrente diretamente de culpa ou dolo dos prestadores dos serviços de administração no exercício de suas respectivas funções;
  8. Despesas relacionadas, direta ou indiretamente, ao exercício de direito de voto decorrente de ativos financeiros do fundo;
  9. Despesas com liquidação, registro, e custódia de operações com títulos e valores mobiliários, ativos financeiros e modalidades operacionais;
  10. Despesas com fechamento de câmbio, vinculadas às suas operações ou com certificados ou recibos de depósito de valores mobiliários;
  11. Os montantes devidos a fundos investidores na hipótese de acordo de remuneração com base na taxa de administração e/ou performance; e
  12. Honorários e despesas relacionadas à atividade de formador de mercado.

Além de todo o custo da gestão, há cobrança do imposto de renda. Agora reflita sobre a possibilidade destes custos não existirem. Atualmente é possível investir livre de todas as taxas de intermediação das instituições financeiras, tanto na Renda Fixa, quanto na Renda Variável. O investidor pessoa física também conta com benefícios fiscais, como a isenção do imposto de renda para vendas mensais até R$ 20 mil e a compensação de possíveis prejuízos na Declaração do Imposto de Renda.

As desvantagens dos fundos se estendem para os vários fatores de risco deste produto. É importante, por exemplo, ler e compreender a política de investimento presente nos regulamentos, inclusive dos considerados conservadores, porque muitas vezes é admita a alavancagem (endividamento) e a utilização de estratégias com derivativos (contratos especulativos). O resultado pode ser perdas patrimoniais significativas, até superiores ao próprio capital investido e a consequente obrigação de novos aportes para cobrir os prejuízos dos fundos.

A própria CVM exige que ao ingressar no fundo o investidor ateste ciência para os fatores de risco e de que não há nenhuma garantia contra eventuais perdas patrimoniais. Existe também o risco de liquidez, caso haja um grande volume de solicitações de resgate. Alguns regulamentos alertam que isso pode gerar a necessidade da venda de ativos com perdas maiores do que em situações normais de mercado.

Por fim, é importante compreender que os retornos não são a maior preocupação dos fundos de investimento, mas a manutenção e a captação dos clientes porque a taxa de administração anual tem como referência o patrimônio dos investidores e não um resultado positivo da gestão. Isso justifica a existência de uma infinidade de fundos que dão prejuízos (para os investidores), mas vão muito bem em seus retornos para as instituições financeiras.

Dúvidas e críticas que proporcionem uma conversa saudável sobre o universo financeiro terão boas-vindas. Por isso, fique à vontade para comentar!

Desejo muito conhecimento, felicidade e todo o sucesso!

Breno Medeiros

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